Sabemos que o surto da doença causada pelo novo CORONAVÍRUS (COVID-19) é classificado como uma emergência de saúde pública global que pode ser transmitida de pessoa para pessoa pelo simples contato. A origem de tudo isso se deu em em Wuhan, na China. A pandemia começou em 31 de dezembro de 2019, quando o primeiro caso foi registrado.
Diante de todo esse cenário, o que também está em pauta é o impacto no mercado de produtos de consumo ao redor do mundo. Em outros momentos de pandemia a sociedade aprendeu algumas questões importantes sobre esse assunto.
Algumas mudanças de comportamento são essenciais nesse momento, como:
- Compras proativas para a saúde;
- Gestão de saúde reativa;
- Planejamento da Despensa;
- Preparação para a vida em distanciamento social;
- Estar aberto para uma vida mais restrita;
- Encarar tudo isso com o máximo possível de normalidade.
Neste artigo vamos apresentar as principais transformações que envolvem o impacto do coronavírus na economia.
Como o Coronavírus impacta na economia
Mudanças nos hábitos dos consumidores
- Aumento do interesse por produtos para a manutenção geral da saúde e bem-estar;
- Prioridade aos produtos indispensáveis para a contenção do vírus, saúde e segurança pública;
- Armazenamento de alimentos e uma vasta gama de produtos de saúde;
- Aumento das compras online e diminuição ou total restrição de ida ao comércio;
- Com a proibição das viagens de compras, vem a preocupação com o aumento dos preços;
- Mudança de hábito de grande parte da população que, mesmo quando retornar à rotina diária, irá manter cautela redobrada com a saúde.
Eventos relacionados ao COVID-19
- Casos localizados mínimos de COVID-19 geralmente ligados à chegada de um outro país infectado;
- Primeira transmissão local sem ligação a outro local + primeiras mortes relacionadas ao COVID-19;
- Casos múltiplos de transmissão local e mortes múltiplas relacionadas ao COVID-19;
- Ações de emergência localizadas de COVID-19. A porcentagem de pessoas diagnosticadas continua a aumentar.
- Casos massivos de COVID-19. Cidades são fechadas.
- As quarentenas COVID-19 são cumpridas e a vida começa a voltar ao normal.
COVID-19: Impacto no consumo brasileiro
Regiões brasileiras se encontram nesse momento em diferentes etapas em relação ao COVID-19, e isso reflete no comportamento de consumo. Enquanto São Paulo e Rio de Janeiro, categorizados como os Estados com maior incidência de casos, já se preparam para uma ação de guerra contra o vírus, as demais localidades se encontram em outras fases do combate.
Destacamos abaixo as principais mudanças em segmentos diversos de Fevereiro a 08 Março/20, em comparação ao mesmo período de 2019 e a evolução semanal após o anúncio do primeiro caso do vírus.
VARIAÇÃO VALOR DE VENDAS | Período do COVID-19 vs. mesmo período do ano anterior
3,1% - Total Brasil
7,6% - Total Brasil - C&C
5,8 - Total Brasil As + C&C
TOP CATEGORIAS - CRESCIMENTO
Var. Vendas | Semana Pós 1o Caso
Semana 01/Mar vs Semana 23/Fev |
Antisséptico para Mãos: +623%
Software (Programas): +389%
Filtros de Ar: +100%
Álcool: +85%
Limpeza Geral: +58%
Sabão Líquido: - +33%
Amaciantes: - +30%
Curativos: - +29%
CRESCIMENTO DE VENDAS | Semanas Pós 1° Caso | AS+C&C
Var. semanas 01/Mar vs. 23/Fev e 08/Mar vs. 01/Mar | 2020
Limpeza: 20% - 21%
Commodities: 17% - 31%
Higiene e Limpeza: 12% - 25%
Mercearia: 8% - 18%
Medicamentos: 2% - 13%
Perecíveis (Industrializados): 1% - 11%
Consumo Local: 1% - 7%
Outros: 0 % - 10%
Eletrônicos: 0% - 17%
Perecíveis (Frescos): -2% - 10%
Sazonais: -3% - 31%
Bazar: -5% - 16%
Têxtil: -7% - 14%
Tabaco: -14% - 4%
Bebidas: -31% - -1%
COVID-19: Impacto no consumo ao redor do mundo
China
Aprendizados SARS*: crescimento de vendas de desinfetantes e bebidas de leite saudáveis após SARS na China (2004 vs. 2003)
Desinfetante: 29%:
Cuidados Pessoais & Higiene: 22%
Antisséptico: +19%
Iogurte: +40%
Leite Líquido: +20%
Suco: +22%
Itália
- Prevenção e efeito sobre a saúde
Farmacêuticos: +112%
Higiene Pessoal: +15%
Suplementos: +17%
- Efeito de estoque
Arroz: +33%
Macarrão: +25%
Enlatados Animais: +29%
USA
4 maneiras com as quais os consumidores se preparam para o COVID-19:
- Aumento da demanda por produtos de saúde:
Gel antibacteriano;
Protetores bucais;
Termômetros;
Aerossóis desinfetantes;
Produtos para limpeza doméstica.
Consumidores já passam a estocar produtos essenciais, gerando incrementos em: Água, Aveia, Grãos Crus, Bebidas Energéticas, Toalhas Molhadas e Suplementos.
Consumidores estão avaliando o que pode ser armazenado por períodos mais longos, gerando picos de vendas em produtos não perecíveis e congelados.
Consumidores estão se abastecendo em categorias relacionadas a Cuidados Pessoais:
Fraldas;
Descartáveis;
Desodorizantes;
Alimentos;
Produtos para Bebés.
Canadá
- Crescimento nas categorias de Cuidados Pessoais é evidente:
Álcool Gel: +166%
Kits de Primeiros Socorros: +30%
Termômetros: +29%
- Ao mesmo tempo, as vendas de produtos de Home Care estão aumentando:
Produtos de limpeza: +15%
Luvas de Cozinha: +14%
Detergente de louça: +13%
Países baixos
- Antecipando suas compras antes de uma possível crise. Categorias com maior crescimento:
Sabonete: +202%
Grãos não processados: +79%
Papel Higiênico: +25%
Lenços faciais: +83%
Arroz: +46%
Leite: +29%
Coreia do Sul
Após o alerta do governo sobre o COVID-19, a venda dos produtos de consumo massivo foram afetadas de forma generalizada, mas as seguintes categorias foram beneficiadas
Sabonete para as mãos: +229%
Limpadores de superfícies: +32%
Vitaminas: +56%
Comida instantânea:+48%
Singapura
Suplementos: +29%
Cuidado pessoal: +16%
Limpeza doméstica: +21%
Cuidados com a saúde: +13%
Vietnã
Sabonetes: +45%
Lenços faciais: +35%
Enxaguatório bucal: +78%
Comida Congelada: +40%
No Vietnã, uma grande parte de famílias declarou estar abastecendo seus lares com mais comida e reduzindo seu consumo fora do lar. Eles também declararam que as visitas aos pontos de venda físicos diminuíram e as compras online aumentaram.
95%: consumidores estão preocupados, mas não acreditam que o risco de disseminação do
vírus seja alto no Vietnã.
70%: tiveram que reavaliar seus planos de viagem.
60%: mudaram suas atividades de entretenimento
65%: seguem as notícias atualizadas sobre o COVID -19 várias vezes ao dia
Top 3 Canais de Informação
1. Redes Sociais
2. Ministério de Saúde
3. Notícias na TV
Colômbia
No final da nona semana de 2020 (24 de fevereiro a 1 de março), ainda não havia um caso confirmado de COVID-19 no país, no entanto, no Autosserviço, houve aumento no volume de vendas em comparação com a primeira semana do ano nas seguintes categorias:
- Cuidado Pessoal
Sabonete: +35%
Lenços umedecidos: +44%
Lenços faciais: +32%
Papel Higiênico: +26%
- Limpeza doméstica
Limpadores Líquidos: +31%
Limpa vidros: +29%
Detergente de louça: +28%
- Alimentos
Enlatados: +19%
Lácteos: +12%
Congelados: +3%
Chile
- Após a cobertura jornalística do COVID-19, as vendas aumentaram em valor de:
Álcool Gel: +29%
Máscaras: +854%
Quais são os próximos capítulos do coronavírus na economia
Em muitos casos, o abastecimento da despensa simplesmente irá adiantar as compras futuras, o que pode gerar um ponto mínimo de vendas a médio prazo, a medida que esses produtos vão sendo consumidos gradualmente. No entanto, sobretudo em relação aos alimentos, os produtos podem chegar a experimentar uma expansão sustentável, já que os lares passam a consumir mais em casa do que normalmente fariam.
O consumidor irá aprender com a crise e desenvolver hábitos de saúde, nutrição e saneamento, o que representa uma oportunidade para que os fabricantes fortaleçam ainda mais a consciência dos consumidores sobre estes temas e, assim, captar e ampliar suas demandas a longo prazo.
Outra tendência é a importância do canal online,diante disso, torna-se prioridade desenhar uma estratégia adequada para esse canal de acesso. Além disso, esse panorama é um lembrete sobre a necessidade de seguir impulsionando as cadeias de suprimento e logística, de modo a contar com flexibilidade suficiente para responder às mudanças do comportamento de consumo mediante a eventos como o COVID-19.
Por outro lado, os momentos de quarentena e em família propiciam a retomada do consumo de meios de comunicação tradicionais. É também uma prioridade examinar as capacidades das nossas diversas plataformas e otimizar estratégias para impulsionar a nossa comunicação com os consumidores e o seu compromisso com as nossas marcas.
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